quinta-feira, 30 de junho de 2011

Hoje é dia do orgulho LGBT

As deputadas PTistas Rejane Pitanga (Distrital) e Erika Kokay (Federal), irão realizar hoje, uma homenagem ao dia do Orgulho LGBT.  

O local escolhido para essa homenagem chama a atenção por ser em um Bar LGBT e principalmente por ser o bar LGBT mais antigo de Brasília. 

Outra característica marcante do Bar Barulho, é que esse é o estabelecimento comercial com maior incidência de homofobia  por parte do poder público do Distrito Federal. 

O Barulho já foi vítima de diversas tentativas de fechamento e ações truculentas da Polícia Militar do DF. O preconceito contra o Barulho é tão grande que já aconteceu até Marcha no Parque da Cidade, local onde o bar funciona, para evitar seu fechamento. 

Recentemente o Bar vinha sofrendo perseguições do atual administrador do Parque da Cidade. 

terça-feira, 28 de junho de 2011

Reflexão sobre homofobia

“Por que é que, culturalmente, 
nós nos sentimos mais confortáveis
vendo dois homens 
segurando armas 
do que dando as mãos?”

(Ernest Gaines)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A arte do "baiano" Carybé

O artista, historiador e jornalista Hector Julio Páride Bernabó 
 é mais conhecido como Carybé (1911-1997). 
 Argentino de nascimento foi naturalizado brasileiro em 1957
Considerado o mais baiano dos baianos 
-  realizou a parte mais expressiva de sua obra,
retratando em diferentes técnicas - 
desenhos, gravuras, aquarelas, óleos, cerâmicas e esculturas – 
a riquíssima cultura negra, reconhecida, graças ao seu incansável trabalho, 
como matriz do nosso humanismo. 
 Radicado na capital soteropolitana, 
tornou-se adepto e profundo admirador das religiões de matriz africana, 
frequentando por décadas a casa de Xangô, o Ilê Axé Opô Afonjá. 
 O artista e historiador procurou refletir em seu trabalho 
o valor cultural de diversas etnias, 
especialmente o dos povos afrodescendentes.
 A arte de Carybé exprime o encontro entre culturas 
e grande parcela de seu acervo tem como temas 
a arte, costumes e expressões da Bahia. 
 Parte de suas obras encontram-se expostas no Museu Afro-Brasileiro de Salvador,
  sendo os orixás do candomblé retratados em 27 painéis.

Fonte: 
http://www.afroreggae.org/wp/2011/05/25/premio-do-iphan-homenageia-cem-anos-de-carybe-conecte-se-e-participe/

quarta-feira, 22 de junho de 2011

10.639/2003: Erros e acertos em sala de aula

A cultura negra em sala de aula


ERROS 
- Abordar a história dos negros a partir da escravidão.

- Apresentar o continente africano cheio de estereótipos, como o exotismo dos animais selvagens, a miséria e as doenças, como a aids.

- Pensar que o trabalho sobre a questão racial deve ser feito somente por professores negros para alunos negros.

- Acreditar no mito da democracia racial.

ACERTOS 
- Aprofundar-se nas causas e consequências da dispersão dos africanos pelo mundo e abordar a história da África antes da escravidão.

- Enfocar as contribuições dos africanos para o desenvolvimento da humanidade e as figuras ilustres que se destacaram nas lutas em favor do povo negro.

- A questão racial é assunto de todos e deve ser conduzida para a reeducação das relações entre descendentes de africanos, de europeus e de outros povos.

- Reconhecer a existência do racismo no Brasil e a necessidade de valorização e respeito aos negros e à cultura africana.



Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/legislacao/educacao-nao-tem-cor-425486.shtml

sábado, 18 de junho de 2011

Manifesto das Vadias de Brasília:



"Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, 
já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, 
já fomos chamadas de vadias por dizer “não” a um homem, 
já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão,
 já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas e fomos estupradas,
 já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro 
enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo,
 já fomos chamadas de vadias quando torturadas 
e curradas durante a ditadura militar. 
Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias 
apenas porque somos MULHERES.

Mas, hoje, marchamos para dizer que não aceitaremos palavras 

e ações utilizadas para nos agredir. 
Se, na nossa sociedade machista, algumas são consideradas vadias, 


TODAS NÓS SOMOS VADIAS.


 E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres! 
O direito a uma vida livre de violência 
é um dos direitos mais básicos de toda mulher, 
e é pela garantia desse direito fundamental que marchamos hoje 
e marcharemos até que todas sejamos livres".




Estupro não é sobre sexo, mas sobre violência, sobre poder. 
Por um Direito que parece tão ÓBVIO, 
mas ainda tão renegado, 
Pela liberdade e autonomia das mulheres 
a Marcha das Vadias BSB ocorrerá hoje, 12h00, 
em frente ao Conjunto Nacional.

Você sabe o poder da sua assinatura?

Este vídeo da Amnistia Internacional, 
produzido pela Telestream, 
mostra o poder da nossa assinatura, 
que pode ajudar na luta pelos direitos humanos em todo o mundo.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ubuntu


UBUNTU



A jornalista e filósofa Lia Diskin, no Festival Mundial da Paz, em Floripa (2006), 
nos presenteou com um caso de uma tribo na África chamada Ubuntu.

Ela contou que um antropólogo estava estudando os usos e costumes da tribo e, quando terminou seu trabalho, teve que esperar pelo transporte que o levaria até o aeroporto de volta pra casa. Sobrava muito tempo, mas ele não queria catequizar os membros da tribo; então, propôs uma brincadeira pras crianças, que achou ser inofensiva.

Comprou uma porção de doces e guloseimas na cidade, botou tudo num cesto bem bonito com laço de fita e tudo e colocou debaixo de uma árvore. Aí ele chamou as crianças e combinou que quando ele dissesse "já!", elas deveriam sair correndo até o cesto, e a que chegasse primeiro ganharia todos os doces que estavam lá dentro.

As crianças se posicionaram na linha demarcatória que ele desenhou no chão e esperaram pelo sinal combinado. Quando ele disse "Já!", instantaneamente todas as crianças se deram as mãos e saíram correndo em direção à árvore com o cesto. Chegando lá, começaram a distribuir os doces entre si e a comerem felizes.
O antropólogo foi ao encontro delas e perguntou porque elas tinham ido todas juntas se uma só poderia ficar com tudo que havia no cesto e, assim, ganhar muito mais doces.

Elas simplesmente responderam:
"Ubuntu, tio. Como uma de nós poderia ficar feliz se todas as outras estivessem tristes?"

Ele ficou desconcertado! Meses e meses trabalhando nisso, estudando a tribo, e ainda não havia compreendido, de verdade, a essência daquele povo. Ou jamais teria proposto uma competição, certo?

Ubuntu significa:

 "Sou quem sou, porque somos todos nós!" 

Atente para o detalhe: 
porque SOMOS, não pelo que temos...

UBUNTU PARA VOCÊ!!!

1º Encontro de Djs do Gama

Esse não é apenas mais um encontro de amigos Djs, 
é antes de tudo um ato, 
um manifesto inédito. 
Vários Djs de diferentes vertentes, 
de renome e importância impar para o cenário de Musica eletrônica…




quinta-feira, 16 de junho de 2011

Teatro Infantil: "Histórias da Mãe África"

Teatro Infantil: "Histórias da Mãe África", com Narração de Priscila Camargo

Data: 17,18 e 19
Local: Teatro Plínio Marcos - Eixo Monumental Setor de Divulgação Cultural - Lote II 
(entre a Torre de TV e o Clube do Choro)
Horário: 17h
Entrada: R$10,00 (Inteira) e R$5,00 (Meia)


A atriz apresenta Histórias Africanas, que "viajam" pelas savanas e desertos, vão até a África do Sul e lá encontram animais falantes cheios de sabedoria. De Angola ela trás uma História Etíope, maravilhosamente revisitada e do Egito uma Cinderela muito antiga, tirada dos papiros, que viaja pelo Rio Nilo, ao encontro do seu Faraó. E ainda outras, maravilhosas e surpreendentes Histórias do Norte Muçulmano.

Com humor e a presença ativa de bonecos, o espetáculo resgata e exalta a figura do Griot, o Tradicional Contador de Histórias Africano, estimula a imaginação e a criatividade, valoriza temas como a Ecologia e estimula a participação das crianças. A direção é de Cacá Mourthé (sobrinha de Maria Clara Machado), este é o início de uma Turnê Nacional patrocionada pelo Prêmio Br Distribuidora - Petrobrás 2011.
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Read more: http://brasiliadivertida.blogspot.com/#ixzz1PUC6T1X6

sábado, 11 de junho de 2011

Sabedoria indígena... (Lindo texto!!!)

NÃO SOMOS DONOS DA TEIA DA VIDA
Meu avô costumava dizer que tudo está interligado entre si e que nada escapa da trama da vida. Ele costumava me levar para uma abertura da floresta e deitava-se sob o céu e apontava para os pássaros em pleno vôo e nos dizia que eles escreviam uma mensagem para nós. “Nenhum pássaro voa em vão. Eles trazem sempre uma mensagem do lugar onde todos nos encontraremos”, dizia ele num tom de simplicidade, a simplicidade dos sábios. Outras vezes nos colocava em contato com as estrelas e nos contava a origem delas, suas histórias. Fazia isso apontando para elas como um maestro que comanda uma orquestra.

Confesso que não entendia direito o que ele queria nos dizer, mas o acompanhava para todos os lugares só para ouvir a poesia presente em sua maneira simples de nos falar da vida.

Numa certa ocasião ele disse que cada coisa criada está em sintonia com o criador e que cada ser da natureza, inclusive o homem, precisa compreender que seu lugar na natureza não é ser o senhor, mas um parceiro, alguém que tem a missão de manter o mundo equilibrado, em perfeita harmonia para que o mundo nunca despenque de seu lugar.

“Enquanto houver um único pajé sacudindo seu maracá, haverá sempre a certeza de que o mundo estará salvo da destruição”. Assim nos falava nosso velho avô como se fôssemos – eu e meus irmãos, primos e amigos – capazes de entender a força de suas palavras.Só bem mais tarde, homem adulto,  conhecedor de muitas outras culturas, pude começar a compreender a enormidade daquele conhecimento saído da boca de um velho que nunca tinha sequer visitado a cidade ao longo de seus mais de 80 anos.
Percebi, então, que meu avô era um homem com uma visão muito ampla da realidade e que nós éramos privilegiados por termos convivido com ele.

Estas lembranças sempre me vêm à mente quando penso na diversidade, na diferença étnica e social.   Penso nisso e me deparo com a compreensão de mundo dos povos tradicionais. É uma concepção onde tudo está em harmonia com tudo; tudo está em tudo e cada um é responsável por esta harmonia. É uma concepção que não exclui nada e não dá toda importância a um único elemento, pois todos são passageiros de uma mesma realidade, são, portanto iguais. No entanto, não se pode pensar que esta igualdade signifique uniformidade. Todos estes elementos são diferentes entre si, têm uma personalidade própria, uma identidade própria. 

Através de minhas leituras e viagens fui compreendendo, aos poucos, aquilo que o meu avô dizia sobre a sabedoria que existe em cada um e todos os seres do planeta. Descobri que não precisa ser xamã ou pajé para chacoalhar o maracá, basta colocar-se na atitude harmônica com o todo, como se estivéssemos seguindo o fluxo do rio, que não tem pressa...mas sabe aonde quer chegar. Foi assim que descobri os sábios orientais; os monges cristãos; as freiras de Madre Teresa; os muçulmanos; os evangélicos sérios; os pajés da Sibéria, dos Estados Unidos, os Ainu do Japão, os Pigmeus; os educadores e mestres...descobri que todas estas pessoas, em qualquer parte do mundo, praticando suas ações buscando o equilíbrio do universo, estão batendo seu maracá. Entendi, então, a lógica da teia. Entendi que cada um dos elementos vivos segura uma ponta do fio da vida e o que fere, machuca a Terra, machuca também a todos nós, os filhos da Terra. Foi aí que entendi que a diversidade dos povos, das etnias, das raças, dos pensamentos é imprescindível para colorir a Teia, do mesmo modo que é preciso o sol e a água para dar forma ao arco-íris.

(De Daniel Munduruku)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Toda família é estruturada...

Pois cada uma tem a sua estrutura!
Belinda Mandelbaum fala sobre estrutura familiar e aprendizagem

Para a pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), 

não há o modelo ideal. 

Um lar com pai e mãe não é garantia de atenção à criança



É bem provável que você já tenha lido ou ouvido alguém em sua escola dizer que determinado aluno não aprende porque vem de uma família desestruturada. A ideia, extremamente preconceituosa, deve ser deixada de lado na opinião da psicanalista Belinda Mandelbaum, docente e coordenadora do Laboratório de Estudos da Família, Relações de Gênero e Sexualidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Ela defende que pais separados, casais homossexuais, mães solteiras, avós responsáveis por netos e tantas outras configurações compõem núcleos que podem até fugir do idealizado pela sociedade, mas têm plenas condições de obter sucesso na Educação de crianças e jovens sob sua responsabilidade. Para isso, é importante a colaboração do professor no sentido de combater os estigmas. 

"Nunca houve um modelo definitivo de família. Ela muda constantemente com a sociedade", afirma Belinda. Para a especialista, o essencial é o estudante ter em casa alguém que exerça os papéis materno e paterno - mesmo que seja uma pessoa só. Os educadores que compreendem essa realidade melhoram o relacionamento da escola com os responsáveis, são capazes de fazer os estudantes se sentirem acolhidos e ainda aprendem a identificar os verdadeiros problemas que os afetam. "É necessário saber o que angustia de fato a criança. E isso só ocorre se for estabelecido um diálogo honesto e livre de preconceito entre os envolvidos na Educação dela." 

Leia a entrevista na íntegra no site: 


terça-feira, 7 de junho de 2011

Mapa da Intolerância Religiosa





Episódios criminosos de intolerância religiosa registrados nos últimos 10 anos foram sistematizados pelo Mapa da Intolerância Religiosa – Violação ao Direito de Culto no Brasil, lançado na última semana, na Bahia. O documento inédito sistematiza a nível nacional os casos de desrespeito à liberdade de culto cometidos contra religiosos de matriz africana, muçulmanos, judeus, católicos, entre outros grupos religiosos.


“A intolerância religiosa é um atentado à democracia e fere gravemente a pluralidade que marca a civilização nacional. Neste sentido, é importante divulgar manifestações racistas a fim de que providências sejam tomadas efetivamente”, afirma o diretor do Departamento de Proteção ao Patrimônio Afro-brasileiro da Fundação Cultural Palmares, Alexandro Reis.

A liberdade de culto é assegurada pela Constituição Brasileira, no entanto, segundo Marcio Alexandre Gualberto, autor do trabalho, é visível que exista uma vítima preferencial de intolerância religiosa em nosso país. “Essa vítima é o praticante das religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, sendo, portanto, estes os mais frequentes e, quase sempre, os mais graves casos de extremismo religioso”, afirma.

De acordo com o autor, a proposta do mapa não é apenas apresentar denúncias, mas mostrar o quanto se tem avançado no combate à intolerância religiosa e a importância do esforço de organizações e de movimentos sociais e religiosos que se mobilizam, se articulam e pressionam o poder público para pôr um fim à intolerância religiosa, seja produzindo documentos, ou até mesmo chamando para o diálogo outras tradições religiosas para somar força.

O objetivo é fazer do mapa um projeto permanente que transforme a pesquisa em um site que receba denúncias de todo o país, que aponte os estados onde ocorrem mais casos e que encaminhe as denúncias aos órgãos respectivos de cada estado ou município para que possam dar solução às intolerâncias sofridas.

(Por Denise Porfírio)


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Desafios Da Afroeducação

Poucas legislações colocaram desafios tão instigantes para os profissionais da educação quanto a Lei nº 10.639, a primeira da gestão do presidente Luis Inácio Lula da Silva (09/01/2003).

Explicitamente, a lei tornou obrigatório o ensino de conteúdo programático resgatando a contribuição dos negro-africanos para a formação da sociedade brasileira. E quando se fala em resgatar, recordemos que este verbo também se conjuga com rever.

Afinal quem, exercendo o papel de educador em sala de aula, consegue deixar de perceber que os livros didáticos reproduzem, mesmo que indiretamente, fabulações que discriminam a África, seus povos e suas culturas? Como não notar o padrão eurocêntrico que perpassa pelo currículo escolar e as estratégias que tornam invisível a contribuição da África e dos afrodescendentes?

Trata-se de uma reflexão colocada para todas as disciplinas, inclusive, é óbvio, para a geografia. Neste caso específico, basta prestar atenção para as referências cartográficas, imagéticas e para a repetição de velhos jargões como os do tribalismo, da feitiçaria, do atraso e para completar, da “ausência” de civilização no continente africano, estereótipos que colonizam os materiais didáticos de modo cabal.

É evidente que tais ponderações dizem respeito ao conjunto das disciplinas e dos procedimentos pedagógicos que moldam a forma de ver e de entender o mundo por parte dos estudantes brasileiros. Hoje, a grade curricular repete estigmas prestigiados por modelos negadores da especificidade da África e dos seus dinamismos. Razões que sugerem discutir, com muita prontidão, o que a Lei nº 10.639 estabelece.

Note-se que a legislação cita expressamente as disciplinas de história, educação artística e literatura para a prática pedagógica em afroeducação. Outro ângulo bastante sugestivo é que a legislação originou-se das reivindicações de diversos movimentos sociais - particularmente dos empenhados com a causa negra - mantendo, deste modo, vínculo umbilical com as propostas de ação afirmativa.

As chamadas políticas de ação afirmativa constituem amplo leque de proposições com a meta de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades, bem como ultrapassar obstáculos resultantes do racismo. Nesta consideração se enquadra a discriminação de ordem religiosa, de gênero, étnica e racial.

Devemos lembrar que a Lei nº 10.639 vincula-se a uma segunda legislação, bem mais detalhada. Trata-se do Decreto nº 4.886 (20/11/2003), estabelecendo a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o PNPIR. Assim, a questão da pluralidade racial brasileira no processo educativo está ancorada como prioridade em dois instrumentos jurídicos, centrados especialmente na população negra do nosso país.

Debate em si mesmo polêmico, ambas as leis suscitaram todo tipo de reações. Com relação à Lei nº 10.639, paralelamente às manifestações de apoio, existiram protestos no meio educacional contrários à sua aplicação. Uma das objeções é a de que a lei seria desnecessária e até mesmo de índole autoritária.

Nesta alegação, o novo corpo jurídico seria equivocado em função da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (a LDB, aprovada em 1996), já considerar que o ensino no Brasil deveria levar em conta as diferentes contribuições étnicas para a formação do povo brasileiro. Isto é, as matrizes européia, indígena e africana.

Mas, ainda que a LDB apresentasse tal direcionamento, na prática, nada disto aconteceu. Quem desconhece que o continente africano é, no livro didático de geografia, o penúltimo ou o último a ser estudado? Mesmo quando isto ocorre, quais são os conteúdos transmitidos? Por fim, quem alegaria desconhecer que as estereotipias cultivadas para a África se dissociam da marginalização de milhões de descendentes de africanos e do seu acervo cultural?

Indiscutivelmente, no Brasil os afrodescendentes são agraciados com os piores indicadores políticos, sociais, educacionais e econômicos. Mesmo formando contingente populacional apreciável - entre 40 e 60% da população do país - constituem grupo desqualificado com base em séculos de discriminação. A condição vivida pelos afrodescendentes não decorre de fatores meramente “sociais” ou “educacionais”, conforme advoga singular corrente de opinião.

A respeito, basta lembrar a condenação do Brasil no caso Simone Diniz, pela Comissão de Direitos Humanos da OEA (2006). Tratando-se de um dos muitos casos de racismo institucional que afeta os negros brasileiros, Simone foi excluída de processo de seleção empregatício por conta de preconceito racial. Teve que recorrer aos tribunais interamericanos após o próprio ministério público ter arquivado sua denúncia, bloqueando ação penal. Dirimindo eventuais dúvidas, a Comissão da OEA julgou existir falha do Estado brasileiro, incluindo omissão em fazer cessar a discriminação racial e distribuir justiça.

Em coerência com o que foi colocado, é compreensível a necessidade de consolidação e de ampliação do alcance da Lei 10.639 para o conjunto das disciplinas responsáveis pela formação do futuro cidadão brasileiro.


Sublinhe-se o vínculo das ações afirmativas com o ativismo social. Não há de fortuito no fato da Lei 10.639 destacar a história, literatura e educação artística. Na realidade, o destaque destas disciplinas derivou da militância de longa data dos profissionais destas áreas, que se distinguiram em posicionar o papel da África e da sua contribuição, algo que não encontrou respaldo na pauta de outros especialistas.

Neste sentido, não só a história, educação artística e a literatura, mas também a educação física, biologia, e obviamente a geografia, podem contribuir - e muito - para o resgate da temática africana em sala de aula.


Certamente, o que foi colocado sugere que o conjunto do professorado se dedique - preferencialmente de modo imediato - em prol da aplicação, no campo dos seus conhecimentos específicos, das metas desta notável legislação que é a Lei 10.639.

Poucas ocasiões tem sido tão propícias para dinamizar debates de alcance como este, revendo a África no mapa do mundo e resgatando a contribuição negra no espaço de vida dos brasileiros.

Uma rara oportunidade para os educadores notabilizarem sua inventividade e disposição em gerar conhecimento que expresse a pluralidade cultural brasileira.

Espaço de Zumbi, Espaço da afroeducação: Espaço do povo brasileiro!

(Professor Maurício Waldman*)


                                      (Fonte: http://www.cortezeditora.com.br/afroeducacao.html)

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Dia mundial do meio ambiente


Quem somos nós? O que é meio ambiente? Qual a nossa responsabilidade para com o Planeta Terra e para com o próximo? Qual o reflexo das nossas ações para as futuras gerações (o que iremos deixar de herança)? Estas são perguntas recorrentes e com grande poder de modificação do comportamento.

Vivemos em uma Grande Nave, composta por elementos Abiótico (rochas, minerais e gases) e Biótico (animais e vegetais). Nesse sentido, podemos buscar entender as relações e o funcionamento de todo esse composto, a fim de gerar soluções práticas para os problemas socioambientais.

Somos seres da uma determinada espécie, animais com alto poder de raciocínio, portanto, compomos o grupo dos elementos Bióticos. O Poder de raciocínio nato ao grupo humano coloca-nos em uma posição de vantagem competitiva frente a uma cadeia alimentar muito diversificada. Esta vantagem nos possibilita criar técnicas e instrumentos que nos ofereça um grande domínio sobre todos os elementos da grande nave Terra, inclusive de outros seres humanos.

O poder de raciocínio, de domínio e de consumo nos fez sentir não integrantes dos elementos desta grande nave, como se fossemos seres individuais e extraterrestres. Este pensamento nos fez entender que poderíamos usar, de forma desmedida e injusta, tudo que se assemelhasse aos elementos naturais (muitas vezes chamados de selvagem). Diante deste entendimento e em nome do progresso, nós usamos, abusamos e destruímos muitos dos nossos companheiros de viagem (animais e vegetais), seja pela extinção, pela exclusão, pelo abuso de poder (escravidão), entre outros atos, de repente considerados insignificantes, mas que tem grande repercussão no futuro.

Hoje, apesar da evolução dos conceitos, da legislação (que garante uma convivência mais pacífica) e do Estado (que oferece serviços básicos aos grupos humanos menos favorecidos economicamente), ainda vivemos em um planeta que nós o pensamos em partes isoladas e desconexas, e o transformamos em um espaço de apropriação monetária injusta e excludente, onde o poder de consumo irracional é o referencial de felicidade.

No entanto, descobrimos a custa de muitas vidas, que as fronteiras são delimitações virtuais e que a natureza (incluindo os seres humanos) não as reconhece. Vimos no dia-a-dia os desastres ambientais terem efeitos globais e não selecionarem as classes sociais atingidas. Neste contexto, cabe a nós buscarmos o desenvolvimento de uma compreensão global, crítica, holística e interdisciplinar dos acontecimentos sistêmicos no nosso meio, de forma a desenvolvermos ações locais que possam superar os efeitos devastadores da sociedade industrial.

Chegou a hora de utilizarmos o conhecimento cientifico unido aos valores morais, à valorização da cultura local, do conhecimento tradicional e o cooperativismo para o retorno às origens humanas. Precisamos reconhecer nas diferenças e nas diversidades individuais potenciais de salvamento da espécie humana neste momento de caos. Temos a noção de nossa fragilidade na cadeia alimentar, mas o nosso poder de raciocínio pode nos reconectar aos outros elementos “inteligentes” e sistêmicos desta nave. Utilizemos esta semana do meio ambiente de 2011 como o início de um novo começo.

Pensemos nisto!

Equipe da Diretoria de Cidadania e Direitos Humanos (DCDH)

Seminário construir políticas públicas para a igualdade racial no GDF


DIA: 06 de Junho
Hora: 18h30min
Local:ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Endereço: SGAS Q.907 CONJ -A 

O Distrito Federal em sua amplitude social é composto por uma diversidade étnica e racial originária da migração de trabalhadores e trabalhadoras em busca de qualidade de vida propícia a um desenvolvimento não encontrado em seus estados de origens. 
A população Negra do DF, assim como no Brasil apresenta um cenário de extrema desigualdade em relação às demais, fato este, conseqüência de uma cultura de opressão racial,oriunda do período escravocrata que permeia a sociedade brasileira até os dias atuais. 
O I Seminário Construir Políticas Públicas Para a Igualdade Racial no GDF, promovido pela Coordenadoria para Assuntos da Igualdade Racial do DF e Entorno – COPIR DF, tem como objetivo principal promover a gestão compartilhada entre Estado  e representantes das comunidades Tradicionais, de Matriz Africana e do Movimento Negro  do Distrito Federal e Entorno, debatendo temas referentes ao desenvolvimento de Políticas Públicas  para a comunidade negra, indígena e Cigana. 
Eixos a serem debatidos pelo público presente: 
- Saúde da População Negra;
- Cultura;
- Desenvolvimento -Trabalho; 
- Economia Solidária;
- Educação;
- Habitação;
- Gênero;
- Juventude;
- Orientação sexual;
- Comunidades Tradicionais;
- Matriz Africana.
O evento contará com a presença dos:
Secretários do GDF;
Representantes do Governo Federal;
CDDN;
CNPIR.
Representantes da sociedade civil, movimento negro, indígenas e ciganos.
DIA: 06 de Junho
Hora: 18h30min
Local:ESCOLA DE APERFEIÇOAMENTO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Endereço: SGAS Q.907 CONJ -A