sábado, 25 de maio de 2013

Não existem índios no Brasil?!.


 Daniel Munduku 
em Poços de Caldas 
fez sobre o tema uma brilhante declaração:
“Vou falar de outras tantas coisas 
que não são meio ambiente, mas também são.
 Quero olhar nos olhos e conversar. 
Para começar, vou destacar que não sou índio 
e que não existem índios no Brasil. 
O que existem são povos. 
Eu sou Munduruku 
e pertencer a um povo 
é ter participação dentro de uma tradição ancestral brasileira. 
Quando eu digo que não existem índios, 
quero dizer que existe uma diversidade 
muito grande de ancestralidade. 
São pelo menos 250 povos indígenas 
e são faladas pelo menos 180 línguas no Brasil”.
-E continua dizendo que a palavra "índio"-
“Está ligada a uma série de conceitos e pré-conceitos. 
Normalmente ela está vinculada a coisas negativas, 
embora haja muito romantismo na história,
 a maioria do pensamento quer dizer que 
o  índio é um ser fora de moda, atrasado no tempo e selvagem. 
Alguém que está atrapalhando o progresso 
e continuamos reproduzindo um estereótipo 
que foi sendo passado ao longo da nossa história”.

Fonte: http://danielmunduruku.blogspot.com.br/2013/05/nao-existem-indios-no-brasil-diz.html


terça-feira, 9 de abril de 2013

11.645 motivos para...


APRENDER COM OS INDIGENAS SOBRE OS POVOS INDIGENAS...

"Caro professor, este portal lhe auxiliará em trabalhar
 a Temática indígena na escola. 
Sabemos da dificuldade encontrada 
em adquiri materiais para essa finalidade. 
Por isso nós criamos esse portal. 
Um diálogo entre nós indígenas 
desse lado da telinha e você do outro lado, 
para planejarmos uma aula para seus alunos.
Nesse espaço você pode deixar suas dúvidas, 
e responderemos e publicaremos em forma de matéria 
para ajudarmos outros professores e pesquisadores".


Visite e valorize o protagonismo destes povos...

domingo, 7 de abril de 2013

Criança, a alma do negócio!!!


MANIFESTO
pelo fim da publicidade e da comunicação mercadológica
dirigida ao público infantil



Em defesa dos diretos da infância, da Justiça
 e da construção de um futuro mais solidário e sustentável para a sociedade brasileira, 
pessoas, organizações e entidades abaixo assinadas
 reafirmam a importância da proteção da criança 
frente aos apelos mercadológicos 
e pedem o fim das mensagens publicitárias dirigidas ao público infantil.


Veja o manifesto na integra no site:

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Rompendo com a imagem de índio do senso comum...


Trecho de entrevista com Daniel Munduruku

Escritor indígena com 43 livros publicados, 
graduado em Filosofia, 
com licenciatura em História e Psicologia. 
Doutor em Educação pela USP, 
é Diretor Presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais. 

Tributários que somos como brasileiros, de uma forte tradição indígena, que é parte constitutiva de nós mesmos, quais os estereótipos que ainda persistem na nossa “representação do índio” e como podemos superá-los, reconhecendo essa tradição como nossa ancestralidade?

A ancestralidade não é para ser pensada como algo atrasado e parado no tempo. Este é um dos estereótipos que estão presentes na mente brasileira. O mesmo se pode dizer da tradição. Este conceito está ligado a sociedades paradas no tempo. Não tem falácia mais imprópria. Isso tem que ser combatido com novos conceitos e vivências. É preciso que as pessoas entendam que não há nada de errado em respeitar o passado. O errado é negá-lo. Acontece que muita gente “olha para trás” para ver o passado. Os povos indígenas não fazem isso. O passado se une ao agora, ao presente. Não há nenhuma possibilidade de um indígena chorar o passado, pois ele sabe que este tempo é memorial. Ele não é real. Portanto, o brasileiro é um indígena essencialmente. O indígena é brasileiro apenas por acidente geopolítico. Por isso não entendo um país que não valoriza seus antepassados sem precisar chorar por eles, uma vez que eles estão no seu sangue. Por que isso acontece? Porque nunca ninguém disso isso ao brasileiro. A ele foi ensinado que índio é bicho, atrasado, incompetente no uso da terra, preguiçoso, desumano. Isso é ainda hoje ensinado – se não pelas escolas, em casa – ao inconsciente nacional. 

A mídia tem muita responsabilidade sobre isso, até mais que a escola. Aliás, a escola é sempre a última a receber notícias atualizadas sobre os povos indígenas; há muitas dezenas de anos que ensina a mesma coisa porque acredita que o que está estabelecido é a verdade absoluta. O brasileiro precisa conhecer de verdade que o que ensinam para ele – sobre nossos povos e outros temas – é mentira.

Em entrevista recente, você afirmou: “Um adulto, se quiser ler meus livros, terá que fazer um exercício para ouvir suas vozes ancestrais. Isso as crianças fazem sem esforço”. Por quê?

As crianças têm um canal aberto com sua ancestralidade. Elas são emotivas e conseguem chegar onde os adultos não chegam. Os adultos costumam ser bloqueados pelas vozes da escola, da economia ou da política. Isso os impede de “acordar” as memórias ancestrais que trazem em si. O adulto precisa se curvar a esta verdade, caso queira compreender a escrita indígena.

Se oferecermos, desde a primeira infância, a música dessa voz ancestral, teremos chance de formar adultos melhores, capazes de ouvir, respeitar e dialogar com essa voz?

Penso que crianças completas serão adultos completos. Ponto. Simples assim. A criança vem sem defeito de fábrica. Portanto, vem trazendo consigo todo o equipamento para viver bem. Acontece que ela cai num mundo que acha o contrário, pensa que ela vem sem nada e que precisa ser formada – colocada na forma – para ser “alguém” na vida. A solução do dilema é educar a criança para ser criança e nada mais. Qualquer outra tentativa de fazê-la ser o que ela não pode ser vai transformá-la em adulto frustrado.

Uma das frentes trabalhadas pelo Instituto Uka – Casa dos Saberes Ancestrais é a Caravana Mekukradjá, que visa difundir a literatura indígena. Entre as atividades oferecidas, há cursos e palestras para professores sobre como trabalhar a questão indígena em sala de aula. Em linhas gerais, quais as orientações repassadas aos docentes?

Procuramos mostrar aos educadores exatamente o que dissemos atrás: tá tudo errado na compreensão de nossos povos indígenas. A gente tem que desconstruir o paradigma que eles trazem dentro de si, fruto da educação familiar e escolar. Fruto da universidade que não o ajudou a colocar algo novo em sua mente. Dizemos aos educadores que é preciso tratar a criança como criança e não como um investimento futuro. Dizemos que é preciso que o educador saiba que tipo de ser humano ele acredita estar formando. Aí questionamos as suas crenças, seus dogmas. Às vezes temos êxito, outras não. Isso faz parte do processo.

 Além da literatura, quais outros instrumentos e expressões estéticas podem contribuir para a abordagem aprofundada da questão indígena?

Dizia mais acima que todas as manifestações da cultura indígena se prestam para a compreensão de nossa diversidade. Neste sentido é importante pensar estas manifestações como parte da cultura e não separada dela. A cultura é um conjunto. É bobagem tentar extrair dela elementos distintos. Uma cultura tem que ser compreendida em sua totalidade e não apenas através de suas manifestações. Quem faz isso é o ocidental, que aprende a dividir os conhecimentos em quadrados guardados a sete chaves. A nova escola tem que pensar no conjunto. O novo ser humano tem que ter isso claro. Caso contrário, ele não será novo.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Por que nasci desta cor?


"Todos convivemos com muita gente diferente 
no dia-a-dia, não é mesmo? 
Mas o que faz com que tenhamos cores de pele diferentes? 
Por que até mesmo irmãos de um mesmo pai e uma mesma mãe podem variar muito no tom de pele? 
A Thalia, que tem 10 anos e mora em Cardeal Mota,
 nos deixou uma pergunta interessante relacionada ao assunto:
 “por que eu nasci dessa cor?”.  

O aluno de Medicina da UFMG, Luiz Fernando Monte, 
nos dá uma mão para pensar melhor sobre o assunto. 
Ele diz que a cor de cada um vai depender 
da quantidade de “substâncias coloridas”, 
ou pigmentos, que temos. 
Uma delas é a melanina, que nos dá o colorido que temos. 
Quem produz esses pigmentos 
são umas células chamadas “melanócitos”, 
que ficam nas camadas mais profundas da nossa pele.   

Mas agora, por que algumas pessoas têm mais pigmento que outras? 
Bom, de acordo com Luiz Fernando, 
quem regula a quantidade de melanina na pele são os nossos genes.
 “Eles são minúsculas moléculas 
que ficam lá dentro do núcleo das células
 e controlam tudo o que é produzido pela pele, 
inclusive a melanina”, explica ele. 
Os nossos genes são uma combinação dos genes 
do nosso pai e da nossa mãe, 
que são uma combinação dos genes do pai e da mãe deles, 
ou seja, nossos avós. 
Por isso é que podemos ser parecidos com nossos pais, 
mas também com o nosso avô ou nossa avó.

Uma coisa bem legal a que Luiz Fernando chama a atenção 
é um fato histórico importante: 
você com certeza já ouviu dizer que o Brasil era habitado por índios antes de os portugueses chegarem. 
Pois é. Aí vieram os portugueses e outros europeus, africanos… 
e mais os índios que já moravam aqui. 
Daí, houve uma grande “mistura” entre esses povos 
e por isso somos o que somos, 
com essa diversidade de cores e traços que temos hoje.   

Por isso que é bem provável que um amigo seu,
 mesmo que seja branquinho, tenha antepassados negros ou índios, 
ou que outro amigo seu, negro como chocolate em barra, 
também tenha algum ou vários ascendentes europeus e índios. 
E você? 
Sabe de onde vêm seus genes?

Fonte: http://www.universidadedascriancas.org/perguntas/resposta.php?id=4

quinta-feira, 28 de março de 2013

POR UMA INFÂNCIA SEM RACISMO...


A invisibilidade do racismo, por Lázaro Ramos


Estou muito feliz e orgulhoso por participar dessa campanha do UNICEF que demonstra claramente o impacto do racismo na infância. É importante chamar atenção de toda a sociedade para um problema invisível para muitos, mas muito real para quem sente, de verdade, na própria pele os efeitos dele.
Crescemos numa sociedade na qual virou lugar comum dizer que o brasileiro não é racista, posto que é um povo multicolor, fraterno e cordial; e que os problemas são de ordem social e financeira apenas. Entretanto, essa campanha inovadora do UNICEF traz luz aos indicadores oficiais que não nos deixam dúvidas. O racismo é real! Existe dolorosamente para milhares de meninos e meninas indígenas e negros.
Esse racismo não se revela apenas no constrangimento imposto, muitas vezes de forma dissimulada, às nossas crianças. Ele se mostra num aspecto ainda muito mais cruel, que é o de violar e impedir que as crianças e os adolescentes realizem os seus direitos de viver, aprender, crescer e se desenvolver plenamente.
Parabéns, UNICEF, pela coragem e pela iniciativa. Essa atitude me deixa ainda mais orgulhoso, pois, se eu já tinha orgulho de ser embaixador do UNICEF, agora tenho mais ainda com a coragem e com o compromisso de vocês, e de todos os parceiros envolvidos, de fazer uma campanha como essa.
Espero realmente que a nossa sociedade possa, definitivamente, “enxergar igualdades num mundo de diferenças”, para fazermos agora um mundo melhor para cada uma das nossas crianças e adolescentes.
Lázaro Ramos
Ator e Embaixador do UNICEF no Brasil

segunda-feira, 25 de março de 2013

Ser ou não ser- 2ª parte

Super interessante:
A PAIDÉIA
(a ideia Grega de Educação)
em uma escola pública 
de Ensino Médio do Recife

domingo, 24 de março de 2013

Ser ou não ser - Educação 1ª parte

A educação 1ª parte
Muito interessante... não deixe de ver!

Educação nos terreiros:

Como a escola se relaciona 
com crianças de candomblé...


Síndrome de Dowm


Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, é uma alteração genética causada por um erro na divisão celular durante a divisão embrionária. Os portadores da síndrome, em vez de dois cromossomos no par 21, possuem três. Não se sabe por que isso acontece.
Em alguns casos, pode ocorrer a translocação cromossômica, isto é, o braço longo excedente do 21 liga-se a um outro cromossomo qualquer. Mosaicismo é uma forma rara da síndrome de Down, em que uma das linhagens apresenta 47 cromossomos e a outra é normal.
Alterações provocadas pelo excesso de material genético no cromossomo 21 determinam as características típicas da síndrome:
* Olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais, rosto arredondado, mãos menores com dedos mais curtos, prega palmar única e orelhas pequenas;
* Hipotonia: diminuição do tônus muscular responsável pela língua protusa, dificuldades motoras, atraso na articulação da fala e, em 50% dos casos, por cardiopatias;
* Comprometimento intelectual e, consequentemente, aprendizagem mais lenta.
Diagnóstico
Durante a gestação, o ultrassom morfológico fetal para avaliar a translucência nucal pode sugerir a presença da síndrome, que só é confirmada pelos exames de amniocentese e amostra do vilo corial.
Depois do nascimento, o diagnóstico clínico é comprovado pelo exame do cariótipo (estudo dos cromossomos), que também ajuda a determinar o risco, em geral baixo, de recorrência da alteração em outros filhos do casal. Esse risco aumenta, quando a mãe tem mais de 40 anos.
Tratamento
Crianças com síndrome de Dowm precisam ser estimuladas desde o nascimento, para que sejam capazes de vencer as limitações que essa doença genética lhes impõe. Como têm necessidades específicas de saúde e aprendizagem, exigem assistência profissional multidisciplinar e atenção permanente dos pais. O objetivo deve ser sempre habilitá-las para o convívio e a participação social.
Recomendações
* A notícia de que uma criança nasceu com síndrome de Down causa enorme impacto nos pais e na família. Todos precisam de tempo para aceitá-la do jeito que é, e adaptar-se às suas necessidades especiais;
* A estimulação precoce desde o nascimento é a forma mais eficaz de promover o desenvolvimento dos potenciais da criança com síndrome de Down.  Empenhe-se nessa tarefa, mas procure levar a vida normalmente. Como todas as outras, essa criança precisa fundamentalmente de carinho, alimentação adequada, cuidados com a saúde e um ambiente acolhedor;
* O ideal é que essas crianças sejam matriculadas em escolas regulares, onde possam desenvolver suas potencialidades, respeitando os limites que a síndrome impõe, e interagir com os colegas e professores. Em certos casos, porém, o melhor é frequentar escolas especializadas, que lhes proporcionem outro tipo de acompanhamento;
* O preconceito e a discriminação são os piores inimigos dos portadores da síndrome. O fato de apresentarem características físicas típicas e algum comprometimento intelectual não significa que tenham menos direitos e necessidades. Cada vez mais, pais, profissionais da saúde e educadores têm lutado contra todas as restrições impostas a essas crianças.
(Fonte: http://drauziovarella.com.br/crianca-2/sindrome-de-down/)

quarta-feira, 20 de março de 2013

A cor da pele e dos cabelos...


Por que será que todos os livros que tratam do tema ‘corpo humano’ mostram exclusivamente corpos brancos? Será que os negros são diferentes por dentro ou é apenas uma questão de preconceito por parte dos livros? A fim de descobrir se os brancos diferem anatomicamente dos negros, fizemos uma série de radiografias cujos ‘pacientes’ eram um negro e um branco. Estes raios x foram mostrados para pessoas que circulavam num determinado centro cultural e que deveriam identificar a cor das pessoas radiografadas. Adivinha o que elas responderam?

Um rapaz branco disse que “não tem como ver a pele da pessoa porque um raio x é uma fotografia de ossos”. Outro rapaz com a pele bem clara também comentou que era impossível definir porque “a única diferença entre ambas as raças é a melanina”. Uma moça branca reconheceu que “não tem como saber a cor”. Muito bem. Um jovem branco, no entanto, ponderou que um “nariz largo pode ser afro” diante de um raio x e houve uma mulher negra que arriscou um palpite: “Acho que essa chapa é de uma pessoa branca por causa da mandíbula afilada”.

Dois pulmões, um fígado, um estômago, um coração, a mesma quantidade de ossos. Tudo que existe no corpo de um branco também pode ser encontrado no corpo de um negro. Daí a dificuldade das pessoas em identificar, a partir de uma radiografia, qual a etnia do dono dos ossos fotografados. Esta mesma pesquisa poderia ter sido feita com amostras de sangue porque as respostas seriam as mesmas. Isso porque negros, brancos, pardos e até albinos fazem parte de uma única espécie: a humana.

Se não há diferenças por dentro, como explicar as diferenças que vemos por fora? Na cor da pele e na textura do pelos de todos os seres humanos há um pigmento amarelo-escuro chamado melanina, que é produzido com a função de nos proteger dos raios solares. Na presença de grande concentração de melanina, a pele humana adquire uma tonalidade marrom ou preta. Em baixas quantidades, a pele assume um tom branco-rosado.

Portanto, a única diferença entre negros e brancos está na variação da quantidade de uma substância. É ou não é um motivo muito pequeno, que não justifica as grandes diferenças sociais entre as duas raças? “Aqui no Brasil, o preconceito é de marca, não de origem. Então, são seus traços, seu cabelo, a cor da sua pele, as linhas do seu rosto que indicam que você é negro e é essa a marca que propicia a discriminação”, explica Maria Aparecida Bento, doutora em psicologia e diretora do Centro de Estudos da Relação de Trabalho e Desigualdade (CEERT).

Para saber mais

Corpo: Território da cultura
Maria Lúcia Bueno e Ana Lúcia de Castro (Org.)
Annablume, 2005

Jóias de Axé – Fios-de-contas e outros adornos do corpo – A joalheria afro-brasileira
Raul Lody
Bertrand Brasil, 2001

O que é racismo?
Joel Rufino
Brasilense, 1985

Tornar-se negro
Neuza Santos Souza
Graal, 1983

O jogo das diferenças
Luiz Alberto Oliveira Gonçalves e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva
Belo Horizonte: Autêntica, 1998

Racista, eu? De jeito nenhum... 
Mauricio Pestana
Escala, 2004

Raça como retórica – A construção da diferença
Yvonne Maggie e Claudia Barcelos Rezende (Org.)
Civilização Brasileira, 2002

A persistência da raça – Ensaios antropológicos sobre o Brasil e a África Austral
Peter Fly
Civilização Brasileira, 2005

O sortilégio da cor – Identidade, raça e gênero no Brasil
Elisa Larkin Nascimento
Selo Negro, 2003

A invenção do ser-negro – Um percurso das idéias que naturalizaram a inferioridade dos negros
Gislene Aparecida dos Santos
Pallas, 2002

Fonte:http://www.acordacultura.org.br/nota10/programa/4


quarta-feira, 13 de março de 2013

Pelos direitos dos meninos!


PELOS DIREITOS DOS MENINOS 



Que nenhum menino seja coagido pelo pai a ter a primeira relação sexual da vida dele com uma prostituta (isso ainda acontece muito nos interiores do Brasil!)

Que nenhum menino seja exposto à pornografia precocemente para estimular sua “macheza” quando o que ele quer ver é só desenho animado infantil (isso acontece em todo lugar!)

Que ele possa aprender a dançar livremente, sem que lhe digam que isso é coisa de menina

Que ele possa chorar quando se sentir emocionado, e que não lhe digam que isso é coisa de menina

Que não lhe ensinem a ser cavalheiro, mas educado e solidário, com meninas e com os outros meninos também

Que ele aprenda a não se sentir inferior quando uma menina for melhor que ele em alguma habilidade específica – já que ele entende que homens e mulheres são igualmente capazes intelectualmente e não é vergonha nenhuma perder para uma menina em alguma coisa

Que ele aprenda a cozinhar, lavar prato, limpar o chão para quando tiver sua casa poder dividir as tarefas com sua mulher – e também ensinar isso aos seus filhos e filhas

Na adolescência, que não lhe estimulem a ser agressivo na paquera, a puxar as meninas pelo braço ou cabelos nas boates, ou a falar obscenidades no ouvido de uma garota só porque ela está de minissaia

Que ele não tenha que transar com qualquer mulher que queira transar com ele, que se sinta livre para negar quando não estiver a fim – sem pressão dos amigos

Que ele possa sonhar com casar e ser pai, sem ser criticado por isso. E, quando adulto, que possa decidir com sua mulher quem é que vai ficar mais tempo em casa – sem a prerrogativa de que ele é obrigado a prover o sustento e ela é que tem que cuidar da cria

Que, ao longo do seu crescimento, se ele perceber que ama meninos e não meninas, que ele sinta confiança na mãe – e também no pai! – para falar com eles sobre isso e ser compreendido

Que todo menino seja educado para ser um cara legal, um ser humano livre e com profundo respeito pelos outros. E não um machão insensível! Acredito que se todos os meninos forem criados assim eles se tornarão homens mais felizes. E as mulheres também serão mais felizes ao lado de homens assim. E o mundo inteiro será mais feliz.

O machismo não faz mal só às mulheres, mas aos homens também, à humanidade toda.

Meu ativismo político é a favor da alegria. Só isso.

Texto: Sílvia Amélia de Araujo.