sábado, 30 de abril de 2011

Ensaio: "A Força dos Tambores Quilombolas"

"No quilombo de Santa Rosa ensaia-se 
para a apresentação pública do Espetáculo: 
"A Força dos Tambores Quilombolas". 
Uma manifestação cultural destes afro-descendentes 
que celebram a sua cultura e utilizam o seu próprio legado 
para a preservação das suas tradições 
enquanto fonte de rendimento para a comunidade."

A Força dos Tambores Quilombolas

Nos dias quatro e cinco de maio, 
Brasília receberá 20 quilombolas do Maranhão
para a apresentação cultural 
“A Força dos Tambores Quilombolas”. 
Serão dois dias de celebração
e expressão da cultura quilombola maranhense 
que terão como palco
o Memorial Darcy Ribeiro na Universidade de Brasília. 
O evento cultural integra o Projeto 
“O Percurso dos Quilombos: 
de África para o Brasil e o regresso às origens”, 
uma realização da Associação das Comunidades 
Negras Rurais Quilombolas do Maranhão (ACONERUQ),
da Ong portuguesa Instituto Marquês de Valle Flor (IMVF), 
Plataforma das Ongs de Cabo Verde
e da Ong Guineense  Ação para o Desenvolvimento (AD), 
com apoio da Universidade de Brasília (UnB). 
O evento faz parte das comemorações ao 
Ano Internacional dos Afrodescendentes, celebrado em 2011.
Está prevista a realização de oficinas,
incluindo uma de danças afro- brasileiras, 
além de performances e apresentações culturais 
como o Boi de Seu Teodoro
e apresentações do grupo de dança formado por estudantes de Cabo Verde.

Os quilombolas farão relatos da experiência que tiveram em dezembro de 2010, ao visitarem Cabo Verde e Guiné Bissau, no âmbito do Projeto “O Percurso dos Quilombos: de África para o Brasil e o regresso às origens”, financiado pela União Européia. Na Guiné Bissau conheceram o trajeto de boa parte dos negros escravizados que, no Brasil, foram fixados no Maranhão.

 04/MAIO/2011 – QUARTA-FEIRA:
14:00h – Mesa de abertura - presenças de:
Sr. Daniel Pereira -  Embaixador de Cabo verde,  Prof. Oviromar Flores - Decano de Extensão da UnB, Prof. Gloria Moura coordenadora do projeto no Brasil e Maria José Palhano -  coordenadora da ACONERUQ.
15:00 – Roda de Conversa: Quilombolas partilham com o público a experiência da viagem a Cabo Verde e Guiné-Bissau com exibição de fotos e apresentação de vídeos.
16:30 – 18:00h – Apresentações culturais – grupo de dança Morabesa (estudantes de Cabo Verde) / Quilombolas do Maranhão e Associação Brasileira de Capoeira Sol Nascente.

05/MAIO/2011 – QUINTA-FEIRA:
 14:00h – 18:00h – Oficinas simultâneas:
 Oficina I – “Reafirmando raízes quilombolas: relatos de experiência em  Guiné Bissau e Cabo Verde” – facilitadoras: Profs. Teresa Trabulsi e  Valderlene Silva.
 Oficina II – “A Importância das redes sociais na articulação e  mobilização social – enfoque
 para a luta quilombola” – facilitador: Prof. Ribamar Nascimento.
 Oficina III – Danças afro-brasileiras – facilitador: Prof. Álvaro Santos


 18:30h – Apresentação Cultural – grupo de dança Morabesa (estudantes
 de Cabo Verde) /  Quilombolas do Maranhão.


 Assessoria de Imprensa: Verônica Gomes – (61) 9988-2606

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hoje é o dia da Educação...

Vamos refletir?
O trailer do documentário sobre a função social da escola 
nos mostra os sonhos, as angústias e as responsabilidades
que são depositadas na instituição escolar. 
A ERD filmes entrevistou representantes 
do poder público e da sociedade civil em geral 
para responderem a seguinte dúvida:
A escola serve pra que ?

A Escola Gerando Traumas: Protagonista Juvenil

Bill é um jovem protagonista juvenil, 
mora na periferia de Teresina 
e conta sobre os traumas que a escola deixou. 
Este é mais um vídeo da série: 
"A escola Serve Pra que ?"

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Minha mãe não faz nada? Só fica em casa!!!

Vida Maria
É o retrato de tantas mulheres
de tantas Marias
de tantas meninas
que fazem, fizeram ou fazerão parte de nossas vidas
daquelas que tem um duro trabalho
e são invisibilizadas
em sua importante função
de mãe, dona de casa
organizadora, educadora
cuidadora e mulher!!!
Faço homenagem à minha Maria
minha mãe
que foi tão presente e importante
e abdicou das demais opções profissionais, 
que são remuneradas e prestigiadas socialmente,
 pelo lar e pelos filhos!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Navio Negreiro - Tragédia no Mar

Escute "O navio negreiro" de Castro Alves, 
na voz de Paulo Autran,
com imagens do filme Amistad, 
realizado por Steven Spielberg. 
Faça também a audição do poema declamado 
por Caetano Veloso e Maria Bethânia

Este é um dos mais conhecidos poemas da literatura brasileira, 
  "Navio Negreiro – Tragédia no Mar" 
foi concluído em 1869. 
Quase vinte anos depois, portanto, da promulgação da Lei Eusébio de Queirós, 
que proibiu o tráfico de escravos, de 4 de setembro de 1850. 
A proibição, no entanto, não vingou de todo, 
o que levou Castro Alves a se empenhar na denúncia da miséria 
a que eram submetidos os africanos na cruel travessia oceânica. 
É preciso lembrar que
muitos dos escravos embarcados nos navios negreiros 
não completavam a viagem com vida!

domingo, 24 de abril de 2011

Escrevendo, vendo e lendo cidadania!

O projeto:
"Escrever com prazer e sem medo 
o caminho em busca da cidadania 
adotando práticas anti-racistas em sala de aula" 

Histórias de Escravos!!!

Okechukwu
Meu nome é Okechukwu. 
Eu sou da tribo ibo. 
Eu não sei porque estou aqui. 
Isso não está certo.
Posso contar a minha história?
Fanti
Quem é você? 
Por que você está olhando para mim?
Eu sou Kofi do Fanti. 
Você vai falar comigo?
Oyeladun
Sou Oyeladum do povo iorubá. 
Minha históra é como de todos aqui.
Eu tinha uma vida boa e foi tirada de mim.
Outras pessoas aqui querem morrer.
E vou viver!
Segue-me...
Kwame
Eu sou Kwame. 
Eu era do povo Asante.
Espero ser Asante novamente.
Mas eu não tenho certeza de que isto é possível.
Vou lhe dizer o que vi.


Acompanhe as quatro emocionantes históras da escravidão negra no site: 
http://www.liverpoolmuseums.org.uk/ism/slavery/slave-stories/index2.aspx

sábado, 23 de abril de 2011

Festas Escolares: Equívocos em série

Aulas perdidas, desrespeito à diversidade cultural 

e à liberdade religiosa... 

Aqui, os dez erros mais comuns nas festas escolares

Durante o ano, temos 11 feriados nacionais – na média de um a cada cinco semanas –, um monte de datas para lembrar pessoas (Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, do Índio) e fatos históricos (Descobrimento do Brasil, Proclamação da República). Sem contar os acontecimentos de importância regional. Nada contra eles. O problema é que muitas vezes a escola usa o precioso tempo das aulas para organizar comemorações relacionadas a essas efemérides. O aluno é levado a executar tarefas que raramente têm relação com o currículo. Muitos professores acreditam que estão ensinando alguma coisa sobre a questão indígena no Brasil só porque pedem que a turma venha de cocar no dia 19 de abril – o que, obviamente, não funciona do ponto de vista pedagógico. 

Festas são bem-vindas na escola, mas com o simples – e importante – propósito de ser um momento de recreação ou de finalização de um projeto didático. É a oportunidade de compartilhar com os colegas e com os familiares o que os alunos aprenderam. No entanto, não é isso que se vê por aí. A seguir, os dez principais equívocos dos eventos escolares.

1. O desnecessário vínculo com efemérides
Essa palavra estranha tem origem na astronomia e dá nome a uma tabela que informa a posição de um astro em intervalos de tempo regularmente espaçados. No popular, o termo é usado no plural e significa a seqüência de datas lembradas anualmente. Algumas têm dia fixo (Independência, Bandeira); outras, não (Carnaval, Dia das Mães). Até aí, nada de mais. O problema é quando a escola usa tudo isso como base para montar o currículo. "Planejar o ano letivo seguindo efemérides desfavorece a ampliação de conhecimentos sobre fatos e conceitos", afirma Marília Novaes, psicóloga e uma das coordenadoras do programa Escola que Vale, de São Paulo. Exemplo? Dia do Índio. A lembrança não envolve estudos sobre as questões social, histórica e cultural das nações indígenas brasileiras. Para haver aprendizagem, é preciso muita pesquisa e mais do que um dia festivo. Outro caso? Folclore. A escola é invadida por cucas, sacis e caiporas em agosto, já que o dia 22 é dedicado a ele por decreto. Ora, se o planejamento prevê o uso de parlendas e trava-línguas durante o processo de alfabetização e de estruturas narrativas, no ensino de Língua Portuguesa, que tragam informações sobre tradições, crenças e elementos da cultura popular, isso basta para que o tema seja tratado em qualquer época. Sem contar os tópicos cuja expressividade é questionável (Semana da Primavera) ou controversa, como o Dia dos Pais e o das Mães: "Enfatizar datas comerciais como essas é ignorar as mudanças no perfil da família brasileira, que nem sempre conta com as duas figuras em casa", completa a psicóloga.

2. O desrespeito à liberdade religiosa
Dos 11 feriados nacionais, cinco têm origem no catolicismo (Páscoa, Corpus Christi, Nossa Senhora Aparecida, Finados e Natal). As escolas que seguem essa religião lembram as datas. O problema é que as escolas públicas também. Segundo a Constituição da República, o Brasil é um Estado laico, ou seja, sem religião oficial. Porém, em quase todas as unidades de ensino há algum tipo de comemoração: as crianças da Educação Infantil (não importa se têm ou não religião) se fantasiam de coelhinho e pintam ovos em papel mimeografado. No fim do ano, uma árvore de Natal, com bolas e luzes, é montada na recepção ou no pátio. Segundo o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nos anos 1990, a maioria da população brasileira (73%) é católica. Mas uma escola inclusiva não esquece que os filhos dos 15% de evangélicos e dos 12% de seguidores de outros cultos ou não pertencentes a um deles também estão na sala de aula, certo? Para Renata Violante, consultora pedagógica do Instituto Sangari, em São Paulo, os educadores não podem dar a entender que uma religião é superior a outra (quais são mesmo as datas importantes para espíritas, judeus, budistas, islâmicos e tantos outros?). Existem espaços próprios para cultos. Definitivamente, a escola não é um deles. As festas juninas são um caso à parte: elas se tornaram uma instituição e perderam o vínculo religioso. O enfoque folclórico, resgatando alguns hábitos e brincadeiras e a culinária do homem do campo, torna-as mais democráticas.

3. A confusão entre o currículo e o tema da festa
A festa não ter relação com o currículo é um problema. Mas outro tão grave quanto é usá-la como pretexto para ensinar. "Já que temos de fazer bandeirinhas para enfeitar barraquinhas, então vamos aproveitar para ensinar geometria", pensam alguns professores bem-intencionados, esquecendo que um ensino eficiente requer planejamento, avaliação inicial e contínua e uma seqüência lógica que leve à construção do conhecimento. É como se, de repente, estimar a quantidade de pipocas no saquinho virasse conteúdo de Matemática.

4.  O mau uso das poucas horas dedicadas às aulas de Arte
Não raro, o espaço que seria utilizado para essa disciplina é convertido em oficina de enfeites. Para colocar o aluno em situação de aprendizagem, é papel do professor de Arte propor atividades que favoreçam o percurso criador. "A subjetividade não pode ser ofuscada pelo sentido objetivo e funcional do ornamento, com caráter unicamente estético", afirma José Cavalhero, coordenador pedagógico do Instituto Rodrigo Mendes, em São Paulo. Na confecção de bandeirinhas, por exemplo, as crianças são orientadas a seguir um modelo preestabelecido sem dar espaço a suas marcas pessoais nem enfatizá-las. O modelo, que serviria apenas como referência para a elaboração de outras possibilidades, vira matriz para cópias – e a arte é um procedimento mais abrangente do que isso. A produção do estudante deve ter um propósito maior do que atender à expectativa do professor. "Caso a ocupação do ambiente festivo seja encarada como uma instalação ou intervenção artística, aí, sim, o aluno aprende em Arte", afirma Cavalhero.

5.  A estereotipação dos personagens
Caipira com dente preto e roupas remendadas em junho, cocares e instrumentos de percussão em meados de abril. Esses estereótipos não correspondem à realidade. Homens e mulheres que moram no interior não se vestem dessa maneira, e os índios brasileiros vivem em contextos bem diferentes. "É inconcebível se divertir com base em elementos que remetem à humilhação e à ridicularização do outro", diz Mario Sérgio Cortella, filósofo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em sua opinião, essas práticas destoam da intenção educativa acolhedora e pluralista, pois, toda vez que se trata o outro com estranhamento, se promove a idéia de que há humanos que valem mais e outros, menos. "Quadrilha, sim, mas sem maquiagem nem fantasias grotescas que humilhem o homem do campo", completa Cortella.

6. A obrigatoriedade da participação
"Professora, não quero dançar", diz um. "Tenho vergonha de falar na frente de todo mundo", avisa outro. Quem já não ouviu essas frases dias antes de um evento escolar? Quando a festa nada tem a ver com a aprendizagem, os alunos não são obrigados a participar. Nesses casos, é proibido causar qualquer tipo de constrangimento a eles. Cabe ao professor colocar pouca ênfase nos momentos não relacionados ao aprendizado. "Imagine o que uma criança sente quando é colocada à força no meio da quadrilha. É uma atitude desrespeitosa com os sentimentos e a individualidade dela", afirma Maria Maura Barbosa, do Centro de ocumentação para a Ação (Cedac), de Paraupebas, a 700 q uilômetros de Belém. Ela afirma ainda que alguns pais optam por não se envolver por razões financeiras. "Quem não tem condição de arcar com uma fantasia para os filhos fica envergonhado e não participa. Fala-se tanto em inclusão, mas as festas às vezes excluem."

7. A finalidade incerta dos recursos arrecadados
Pequenas reformas, mobiliário novo, material pedagógico... Quando a verba que vem da secretaria não dá para comprar tudo, pensa-se em festa para arrecadar fundos. A comunidade é convidada, participa, gasta, e muitas vezes não fica sabendo o destino dos recursos. Pior, às vezes o dinheiro que seria usado na ampliação da biblioteca ou na compra de computadores vai para outro fim. A solução é divulgar o objetivo da iniciativa e prestar contas quando o bem for adquirido. Em tempo: a arrecadação sempre aumenta quando bebidas alcoólicas são vendidas. Renata Violante não acredita em meio-termo: "A bebida deve ser proibida. Os diretores que inventem outras maneiras de obter mais dinheiro".

8. O objetivo principal ser apenas atrair os pais
Eles não costumam ir às reuniões, não conversam com os professores sobre o avanço dos filhos e mal conhecem a escola. Os diretores pensam: "Quem sabe, para se divertirem, os pais venham até nós". Embora os momentos de confraternização com os familiares sejam importantes, eles não devem ser a única maneira de envolvê-los. Reuniões marcadas com antecedência e planejadas para compartilhar o processo de aprendizagem e a produção intelectual, artística e esportiva das crianças são as iniciativas que exibem os melhores resultados quando o objetivo é atrair e conquistar as famílias.

9. A única maneira de socializar a aprendizagem
Um dos objetivos da escola deve ser exibir a produção intelectual e artística do aluno, principalmente aos pais, nas mais variadas ocasiões. Fazer uma festa é apenas uma possibilidade, por isso não deve ser usada em excesso. Geralmente, o caráter de recreação costuma dificultar a apresentação dos saberes. "Já feiras e exposições favorecem o foco no conhecimento e permitem ainda situações de comunicação oral formal, importante maneira de compartilhar o aprendizado", explica Maura Barbosa, do Cedac. Exemplos: um seminário sobre um conteúdo trabalhado em Ciências ou um sarau de poesia. (E, depois disso tudo...)

10. O precioso tempo jogado fora
Usar a sala de aula ou o período que deveria ser dedicado a atividades pedagógicas para os preparativos é um desrespeito com as crianças e com o compromisso que a escola tem de ensinar. "O diretor raramente investe na ref lexão sobre os indicadores de aprendizagem dos alunos o mesmo tempo que gasta com a produção dos eventos. O professor, por sua vez, deixa de promover situações intencionais de ensino", afirma Maura. Se a festa não é concebida como maneira de contextualizar os conteúdos aprendidos, ela deve ser organizada sempre em horários alternativos aos das aulas.

Tem de ter festa!
Ninguém é contra festas, desde que elas sejam para recreação pura e simples ou uma maneira de socializar o aprendizado. As do primeiro tipo podem envolver todos e ser muito divertidas, desde que não ocupem o tempo de sala de aula na organização. Já as que são planejadas para finalizar o estudo de determinado conteúdo exigem muito preparo. Quando o evento faz parte do projeto didático, o tema precisa ser previsto no currículo (e é dispensável a relação com efemérides) e nada mais justo do que usar o tempo de sala de aula para a sua produção (que também envolve aprendizado). Antes de bolarem o evento junto com o professor, os alunos certamente serão convidados a pesquisar, levantar hipóteses, realizar diversos tipos de registros e trocar conhecimentos com os colegas. Já que a festa é uma das etapas do processo, fica proibido deixar alguém de fora. Se um aluno não quiser participar por qualquer motivo, cabe ao professor envolvê-lo e ajudá-lo a superar as dificuldades que surgirem, seja em relação a timidez, seja em relação a habilidades de comunicação.

O ovo e seu simbolismo

Reprodução do quadro "Sunrise by the Ocean", 
do artista Vladimir Kush

A Páscoa é uma época cheia de simbolismos e tradições. 
É uma festa muito antiga. 
Embora seja comemorada e difundida pelos cristãos 
como a morte e ressurreição de Jesus Cristo, 
as festividades já existiam muito antes de Cristo, na Antiguidade.  
Para os judeus, a Páscoa (Pessach) lembra a fuga do povo judaico do Egito. 

E a festa remete também a rituais celtas em homenagem ao Sol. 
O ovo tem muitos significados... 
Convido você a conhecer ou reconhecer alguns!
"Resquícios do mito da deusa celta Ostara, padroeira da fertilidade e renovação da Natureza celebrada no Equinócio da primavera, permaneceram nas crenças populares e persistem até os dias de hoje, apesar das pessoas desconhecerem sua origem. Os símbolos de Ostara eram o ovo e a lebre, sem relação entre si, mas ambos significadores de criação e proliferação. Com o passar do tempo, surgiram os contos do Coelho da Páscoa e a sua inexplicável associação para os leigos com a festa cristã e os ovos de chocolate.
Na cosmologia feminina o ovo é um símbolo universal da criação do mundo pela Grande Mãe, manifestada como uma Deusa Pássaro. 
Os antigos egípcios consideravam o Sol como o ovo dourado posto pela deusa Hathor, na sua manifestação como A Gansa do Nilo. 
Nos rituais egípcios o próprio universo era visto como o ovo cósmico criado no início dos tempos.
Os mitos gregos associavam diversas deusas com o ovo cósmico, por exemplo Leto, que chocou um ovo misterioso do qual nasceram Apollo, representando o Sol, e Ártemis simbolizando a Lua. 
O historiador Hesíodo relata como a Mãe da Noite (o vazio ou abismo cósmico, o espaço infinito), que antecedeu à criação e gerou todos os deuses, criou o Ovo do Mundo e de suas metades surgiram o céu e a Terra. 
Em outra versão, deste ovo (identificado com a Lua) surgiu Eros (o amor), que colocou o universo em movimento e contribuiu para a proliferação da vida.
Para os hindus o ovo cósmico é posto por um enorme pássaro dourado, enquanto no mito de criação finlandês, a deusa Ilmatar, a Criadora que flutuava sobre as águas primordiais, abrigou sobre seu ventre um ovo posto por um grande pássaro e que, ao quebrar, formou o céu e a Terra.
Os ovos são símbolos da Lua, da Terra, da criação, do nascimento e da renovação. A iniciação nos Mistérios Femininos é vista como um renascimento, análogo ao ato de sair da casca. O círculo, a elipse, o ovo, o ventre grávido são símbolos da plenitude misteriosa da gestação e da criação. O centro de um círculo é um espaço protegido e seguro, semelhante à escuridão do ventre e do ovo.
Inúmeras estatuetas representam as deusas neolíticas associadas com a Lua ou o ovo. No folclore de vários povos europeus existem crenças ligadas ao ovo, considerados símbolos de fertilidade, humana ou animal.
 Até o século 17 na França, a noiva devia quebrar um ovo na soleira da sua casa para assegurar sua fecundidade. 
Os antigos eslavos e alemães untavam seus arados antes da Páscoa com uma mistura de ovos, farinha, vinho e pão, para atrair assim abundância para as colheitas. 
Na Inglaterra antiga, crianças percorriam as casas no Domingo de Ramos pedindo ovos; recusar este pedido era um mau presságio para os moradores.
Usavam-se ovos também nas oferendas para os mortos, colocados juntos deles no caixão ou sobre os túmulos. 
Os judeus da Galícia consumiam ovos cozidos ao retornarem dos enterros pra retirar as energias negativas. 
Na Noite de Walpurgis (30 de abril), nas montanhas Harz da Alemanha, consideradas local de reunião das bruxas, os casais enfeitados com guirlandas de flores dançavam ao redor de árvores decoradas com folhagens, fitas e ovos tingidos de vermelho e amarelo.
Na Romênia, Rússia e Grécia ovos cozidos ou esvaziados do seu conteúdo são até hoje decorados com motivos tradicionais, dados de presente ou usados em competições no domingo da Páscoa. Ganhava aquele que conseguia quebrar os ovos dos concorrentes batendo de leve neles, mas sem rachar o seu. Os romanos destruíam as cascas dos ovos que eles tinham comido para evitar que fossem feitos feitiços com eles."
(Mirella Faur)

SER diferente é normal!!!

Sindromedown

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Ser diferente é normal!!!

Em 1998 foi realizada campanha pela DM9DDB para o Instituto MetaSocial, 
onde o menino Carlinhos, com síndrome de down, 
aparece ao lado de um outro menino num carrossel. 
O comercial ficou registrado na mente de toda uma geração
e foi premiado com o Leão de Bronze no festival de Cannes, 
em Nova York e profissionais do Ano da Rede Globo.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Violência contra homossexuais

(Texto de Drauzio Varella)

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência à existência de mulheres e homens homossexuais. Apesar dessa constatação, ainda hoje esse tipo de comportamento é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (ou Deus) criou órgãos sexuais para que os seres humanos procriassem; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de espécies de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.
Em virtualmente todas as espécies de pássaros, em alguma fase da vida, ocorrem interações homossexuais que envolvem contato genital, que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.
Comportamento homossexual envolvendo fêmeas e machos foi documentado em pelo menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.
Relacionamento homossexual entre primatas não humanos está fartamente documentado na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no Journal of Animal Behaviour um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.
Masturbação mútua e penetração anal fazem parte do repertório sexual de todos os primatas não humanos já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.
Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas rigorosas.
Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela simples existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por capricho individual. Quer dizer, num belo dia pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas como sou sem vergonha prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.
Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.
A sexualidade não admite opções, simplesmente é. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países fazem com o racismo.
Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser fascistas a ponto de pretender impor sua vontade aos que não pensam como eles.
Afinal, caro leitor, a menos que seus dias sejam atormentados por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu trinta anos?

Escola sem homofobia: Construindo para a Diversidade