segunda-feira, 4 de abril de 2011

Carta para o coração da escola: O pedagógico.


Brasil, 18 de Março de 2011.                                        
Saudações,
        
         Se tem uma coisa que faz com que eu tenha certeza da minha existência, é ver o mundo ao meu redor, com suas cores, ciclos, movimentos e todas as reações que tudo isto causa em mim, talvez, por isto eu seja professora e sempre me encontrei aprendendo, pois esta não é uma profissão de apenas encontros, mas é com certeza um ofício de buscas. Não poderia ser diferente, ou poderia? Diante de tanta diversidade, de tantas transformações sociais, de tantas mudanças políticas, o que conseqüentemente, acarreta em modificações educacionais e culturais.
         Um oceano é composto por pequenas gotas d’agua e uma diversidade inimaginável de seres, assim também é o ambiente escolar, às vezes temos a impressão de estarmos morrendo na praia, outras vezes vamos seguindo a correnteza, mas nunca vi uma escola em que não houvesse conflitos, sempre existem, com intensidades diferentes e formas distintas de percebê-los e solucioná-los. Entretanto, o que mais me incomoda é que: Há tantos tesouros “perdidos”, tantos tesouros “escondidos”, tantos tesouros que foram “roubados”, tantos tesouros que foram “esquecidos”. No seu oceano escolar existem “tesouros”?
         A escola é fundamental para incorporar nossa psique à cultura construída pela humanidade, portanto acredito que ela não deveria inserir construções fantasiosas sobre a vida e a história em sociedade.  Que mundo você vê? Como é a nossa sociedade? A percepção do que já vivemos precisa dar lugar as transformações que vivenciamos e só assim, iluminando e elevando as vivências cotidianas poderemos reelaborar a realidade.
         Olhemos o mundo com uma mente sensível e um coração atento ao que acontece ao nosso redor. Nós professores precisamos de uma linguagem que vai além do papel, do quadro, da escultura, da música, do filme... Necessitamos de algo que transmita o significado presente nas coisas, no cotidiano, no passado, no hodierno, dentro e fora dos seres, pois só há identificação e criação através da relação com os outros e do reconhecimento das significações do mundo, o que nos ajuda na produção de significações do “nosso mundo”.
         Agregar diversas fontes de conhecimento é vão, se o movimento incessante do conhecimento não caminhar em direção interdisciplinar, afinal, na vida nossas ações não são engavetadas por disciplinas ou ramos, uma área está intimamente ligada à outra.
         Não posso e não quero dizer que cheguei a uma única resposta diante de inúmeras indagações, na verdade, as reflexões estão ainda mais vivas e menos dogmáticas, como uma pessoa que transforma e se transforma, que forma e se (re)forma, me especializo a buscar e convido você a pensar e (re)pensar nossas ações pedagógicas, dizer que no passado as coisas não eram como são hoje não é uma saída e sim apenas uma constatação momentânea, a escola não pode se tornar um espaço repleto de senso comum e respostas dadas para uma questão de múltipla escolha.
         Acredito que, cabe a escola eleger e transmitir, durante o processo pedagógico, os conteúdos historicamente produzidos e socialmente indispensáveis. O ensino torna-se inútil e desnecessário, quando o discente pode realizar sozinho a apropriação do conteúdo e nenhuma nova capacidade intelectual é produzida, mas apenas um aumento no domínio quantitativo das informações. As intervenções pedagógicas de professores cientes de seu papel mobilizam interações imprescindíveis e a elaboração do conhecimento emerge da pluralidade dos espaços sociais.
         A escola é um espaço de construções, socialização de saberes e humanização. Nela existem importantes autoras e autores arquitetando a comunidade e a história da nossa sociedade.
         O trabalho escolar não deve se neutralizar e por isto, desejo respeitar cada instituição, suas demandas, os caminhos que trilham e os rumos que desejam tomar.  Aguardo suas contribuições, espero obter respostas, mas quero, principalmente, efetuar uma dança harmônica que contribua com o árduo, mas gratificante trabalho pedagógico da sua escola.                                                                           

Coletivamente, Eliane Rosa

Você sabia?
...que 2011 é o ano Internacional dos Afro-descendentes?
... que o dia 21 de Março é o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial?

Educadoras e Educadores,

O que devemos saber sobre vocês? 
Quais são seus projetos anuais e periódicos? 
Que professores desenvolvem projetos individuais? 
Há docentes com dons, habilidades e formação que podem contribuir conosco? Quem são? 
Registre um pouco da história da sua instituição!

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